sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Quando Suzart apresentou a instalação “As Marias”na V Bienal do Recôncavo, foi para nós a sustentação de uma bandeira. Feita com panelas recolhidas nos quintais do recôncavo, trabalhadas e apresentadas criteriosamente, “As Marias” indicou a trajetória para a elaboração de um discurso estético contemporâneo, nos possibilitando acreditar que estamos contribuindo com a articulação de fragmentos para a construção de uma linguagem cultural, visceralmente regional, não regionalista, que nos possibilita dialogar com o universal com linguagem própria. Ao receber o grande prêmio de viagem a Europa da V Bienal, Suzart atirou-se ao mundo, expôs em Berlin, Dakar, Ghana, Miami, mas sempre volta ao recôncavo, umbigo da Bahia antiga, secular, moderna. Região que ao assumir o som dos tambores contemporanizou-se, identificando os diferentes e diferenciando os idênticos, o recôncavo ao regionalizar-se, universalizou-se. Com gestualidades e intrigantes traços nervosos, a pintura de Suzart é como uma grita intrigante, estimulando sempre a discussão.

Pedro Archanjo
Diretor do Centro Cultural Dannemann

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